O único

Versado, e muito, na arte das trevas

Que nada tem a ver com varinhas mágicas e feitiços

Mas tem tudo a ver com escuridão e malefícios

Digo-lhe, com enorme tranquilidade

Que sua vaidade será seu fim.

Usará seu ego inflado para não se afogar

Sua certeza impenetrável como muralha

Suas condições ríspidas para reforçar

Aquilo que não se toca e não se fala

Cada uma das suas cartas na manga, expostas

Uma atrasada facada nas costas

E todo o seu reino vem abaixo.

Uma ferida aberta para cada falha

Uma navalha em prontidão para ir mais fundo

Ver-se exilado do seu próprio mundo...

Deve ser terrível.

Sofrível, no mínimo

Angustiante, no máximo

Já que não existe terremoto para você e seu palácio

Ao contrário dos seus pobres lacaios

Que são os primeiros a cair.

E quando chegar a vez de te levantar

Verá que és o único de pé.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 08/05/2023
Reeditado em 08/05/2023
Código do texto: T7782789
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