Sinfonia do entardecer

Pela janela dos dias,

O olhar que vagueia desatento,

Não consegue lembrar-se de um tempo,

Onde a vida pulsava e vertia.

As mãos, que ora tremem vazias,

Já foram outrora o sustento,

Já foram a força e o alento,

E, hoje, imploram alegrias.

Os passos, que antes eram seu guia,

Inertes, já sem movimento,

Traduzem o dissabor do momento,

Expressam a cruel melodia.

E, aos poucos, a cabal letargia,

Leva embora todo o discernimento,

Deixando somente o desalento

E o crepúsculo como companhia...

Rosiane Maria
Enviado por Rosiane Maria em 03/07/2022
Reeditado em 03/07/2022
Código do texto: T7551494
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.