Apartamento 63

Olho no espelho...

Vejo feridas...

Olho no espelho...

E só sinto...

Tem dias que só quero chorar...

Ficar em silêncio...

O vento veem balança meus cachos...

Fecho os olhos...

Sinto...

Não, me sinto pertencente a este mundo...

Não sei...

Só sinto, deitada no chão seguro ás lágrimas. O que faz sentido? Homens e seres disfarçados num mundo político...Cabelos no chão, ainda deitada sinto o frio dos joelhos com o azulejo, só sinto...

Temos que pertencer?

Quando é hora de partir?

Ser o que somos é dolorido, dá vontade de sumi, mas um sumiço dos seres...Olho o céu e vejo nossa imensidão, azul e os pássaros cantando...não consigo segurar ás lágrimas que batem no azulejo...Nariz escorre como rios que sabem para onde percorrer.

Novamente, o azulejo...

O vento batendo na porta...o dedilhar de dedos ora buscando sentido ou acolhimento...

E me pergunto quando me perdi...

como posso me encontrar?

De repente, só o silêncio e gotas caídas no chão frio do 63...

guimo
Enviado por guimo em 26/06/2022
Código do texto: T7546596
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