Noite

...O que pensar do tempo?

Se os olhos estão cheios de solidão!?

A vida é muito temerária...

Os olhos são lacrimosos,

E cada rio que escorre vai ao infinito.

Pensar que o caminho seria fácil?

Que a tristeza cessaria...

Que cada pardal traria pão pra mim...

Voar no céu íntimo da dor faz bem.

Eu bem te conheço fim que me outorga,

As tempestades são severas,

A razão inconstante,

O desleal e infiel no amor,

O fingido é cruel para muitos,

A solidão é uma alegoria humana

E perdido fica muitos sonhos...

Eu posso andar ao além,

Tomar pra mim um amigo?

Roubar os deuses do altar?

Cantar para ser alvo de deboches?

Perdida lágrima da mente em fuga.

Meu coração é impacífico...

Meus ser um braseiro de invernos...

Na muita guerra, vencerá o silente...

Outros buscaram flores

Acharam tremendas dores da ilusão

E cativos ficaram em dívidas

Merecendo cada sofredor...

...Um bocado de pães.

Sou foragido.

Sou dragão bailarino do medo...

Em músicas me perco ao espírito.

Nesses olhos que não sei mais

Ao encontro do destino pavoroso

Ao triste pecado das tentativas

Ao mesmo poço de infernos do eu...

Lágrimas que me tomam,

Lágrimas de uma recusa ao desfalecer...

Na chuva somos mendigos

Somos nus e pobres...

Ao mesmo desencontro de amigos?

Que partem uma mesma busca tola...

Pois, acordar do sonho nos violenta,

Pois, cada faísca de vida se perdeu...

Ao horizonte de buscas loucas?

Neste coração uma tocha de ventanias...

Navegando ao tempo?

Perdido no mar?

Apartado dos filhos famintos?

Eu que me refaço na angústia.

Queria poder voar...

...Voar na verdade dos céus...

...Me perder na estrada de ouro humano...

...Pois, saber da solidão em lírica?

Lírica de flor não buscada...

Lírica de um pensamento insano...

Lírica de uma alma cativa sem amor...

Sou o mesmo fantasma em flor...

Num caixão de trevas da criação...

Ó pecado da tristeza que rouba.

Sou essa mesma pétala lacrimal...

Sou essa história de um sono crucial...

No deserto faz frio de tristeza...

E no almejar dos pensamentos neblina.

Pobre rapaz...

Pobre dos olhos em oceano só...

Pobre do tempo, que me perde...

Pobre desse conceito microscópico.

Sou um alguém esperando...

Sou um alguém nas penas de um anjo.

Navegante dos sonhos...

Sei que o destino é um pedaço de pão...

...Doa à quem doer esse pão é ambições.

Eu não me encontro no nada?

Eu no vazio bem sei?

Eu me esvazio de pecado poético?

Numa dança de cobras loucas...

...Entre fadas prostitutas...

...Entre uma carência imperfeita.

São os seios da terra...

São os seios das estrelas...

São os seios da vida...

São os seios das dívidas...

São os seios das trevas...

São os seios da ocasião imprópria...

São os seios da alvorada?

São os seios do pecado.

São os seios da falange desumana.

Quão iludido é o tempo.

As lágrimas...

Eu sei quem sou...

...Sou o nada soberbo.

Neste oceano em flores...

No nada que nos engole...

Num jardim há algum aroma?

Na quimera íntima uma canção de paz?

Um louvor de amor?

Somos esses seres que se matam...

E talvez as lágrimas venham...

...Para nisso tudo o farol da alma...

...Nos encaminhar para as sombras.

Sombras do amor.

Sombras do próprio desejo...

Essa busca nos enlaça.

Nos constrange.

Nos aprisiona.

Nos questiona nos olhos...

Na força do espírito há a vontade...

Perdida entre fogaréu de lobos e demônios.

E indo de encontro...

Neste foco principal da assombrosa era...

Vem a verdade...

Que outros vencem...

Para enxugar...

Para enxugar em santo esmero...

...Enxugar formosas cruzes do tempo.

O mesmo esse deus caído, o tempo...

...Que trai a providência...

No leito dos tantos fantasmas...

Verá nascer

Uma filha

Cujo o nome

É...

...Promessa!

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 06/09/2020
Reeditado em 06/09/2020
Código do texto: T7055792
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