Sundown
Ah, domingo...
Mesmo nascido de tua lua grávida,
Ainda me és incógnita.
De onde vem essa lágrima
Que me colocas no peito?
Por que em teu negro véu
Sinto cheiro de saudade?
Enquanto abertos meus olhos,
Encho-me de semana passada
E de planos para uma próxima,
Vendo-te deslizar pelos ponteiros
De um relógio de mãos atadas.
Não poderia matar-te; pois voltarias
Enganando-me com solares dias
Para devolver-me a esta solidão.
Mas antes que de novo retornes,
Tento decifrar-te, complexa esfinge,
Por que tanta melancolia me atinge
À medida que vagarosamente morres?