OS SUICIDAS NÃO TEM ASAS
Sinto-me feliz
Sinto o doce florir do campo
Sinto o frescor roçar na pele despida
Sinto-me perdido num campo de batalha
Sinto a doce lâmina nascer na mente e desejar meus nobres pulsos
Sinto a falta do pai
Sinto tanta falta do passado
Sinto o amor mal amado e bem barganhado
Sinto a agonia eterna de estar num conflito comigo mesmo
Sinto dores que o corpo não viu, mas o subconsciente convive todos os dia
Tenho sentimentos moça, não sou seus ficantes
Sou um berro do afogar-se
Sou o zero das funções vitais dito num outro poema
Sou o escárnio e tenho toda a desgraça nascendo na cabeça
Sou um tanto previsível
Sinto-me invisível a todos momentos
Grito por socorro e vocês não me ouvem
O precipício é o princípio das dores
Porque Deus me permite viver?
Estou vivendo dias horrendos
Vivo repletos de parasitas ditando a roupa pra vestir
Ponho a mão na caneta e sangro
Escrevo o que penso e sinto uma dor como a perda de uma mãe
Logo sinto um cheiro podre da poesia que nasce da profusão de colapsos de ideias
Tento fugir...fugir para onde?
Sinto que vou morrendo aos poucos como a minha esperança
As pessoas estão muito automáticas com suas vivências e discursos prontos
Não posso mudar o mundo sozinho com a minha poesia de quinta...sem nexo e sem sabor algum
Apenas planto o que resta da minha boa e velha esperança
Talvez seja a minha missa de 1 ano...talvez não
Talvez acorde do transe que te impulseram como o céu limitado
É apenas um talvez sem compromisso e sem preocupações profanas.
Falo aqui um pouco da angustia de ser herói do próprio mundo
Eu sou como vocês...eu sinto
Eu choro e enxugo minhas próprias lágrimas humanas
Morro todos os dias para que todos a minha volta estejam bem.
Ouço alguem me chamar lá de longe
Ouço tanta coisa
Meu querido leitor
Pauso aqui este poema
Preciso me recompor para amanhã
Ainda estou na guerra
Quero deixar um legado.
Gleison da Silva Santos