PERCEPÇÕES SENSORIAIS
 
A visão está um tanto abafada
Enquanto o silêncio soa forte
As palavras há tempos caídas
Sobre o gramado das fantasias
Constroem narrativas ilusórias
 
Boca amarga cansada de morder
O ar poluído na caldeira urbana
Entre o calor das erupções carnais
E a gélida pretensão de dominar
Busco as velhas fugas pelos poros
 
Tímpanos apedrejados com tons
De música que brota na parede
E a fotografia que moldura a dor
Traz do passado a brisa suave
Para entorpecer a minha loucura
 
Mas as flores se foram no meio
Da primavera que seria eterna
Deixando minhas narinas carentes
Onde agora colho espinhosa tristeza
Esperando tuas mãos tatear meu ser
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 21/12/2018
Código do texto: T6532729
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