Malévola

Pois é, meu querido caderno

Magoei-me de novo, como sempre

Fui enganado por um rostinho meigo e esperto

Mas, estou bem, nada mudará entre a gente

Estou escrevendo sem lágrimas, feliz?

Acho até que, desta vez, fui até sagaz.

Eu não quis acreditar no início

Pensei que deveria ser uma brincadeira, "Ah, era isso"

Mas, não, a realidade me magoou novamente

Caderno, ainda procuro a sinceridade, pacientemente

Não sei, talvez eu sofra tanto por tentar ser diferente

Talvez eu devesse ser mais recluso, antissocial

Qualquer coisa para me afastar deste mal.

Tem se tornado difícil escrever, meu amigo

Se eu te usar como sempre usei, irei lhe tatuar

"O quanto estou me sentindo sozinho"

Não sei o que fazer, todos estão me machucando

As mentiras me envolveram e me sufocaram, como uma sucuri

Tenho medo que elas consigam me engolir

Minha mente está frágil, caderno, muito frágil

Mesmo com o clima natalino, me sinto para baixo

Cabisbaixo, desorientado, desanimado, opaco

Preciso da luz, caderno, preciso tanto dela

Desta vez o vilão se tornara as belas Cinderelas

Talvez eu devesse me apaixonar pelo dragão, pela Malévola

Talvez assim, eu não sofra mais pelas quedas.