A TRISTEZA DA POEIRA

A TRISTEZA DA POEIRA

poeira

pelo vento carregada

levanta as cores esfumaçadas

dos voos dos pardais

das sombras das árvores

nos muros dos quintais

poeira quase líquida

por detrás de nuvens inseguras

nas juras da luz da lua

submersas na terra insensata

em pequenas lágrimas de chuva

se desfia em teia de fios de prata

ora se veste de aranha

ora de lua cheia

uma

cerzidora da noite

a outra

artífice fugaz

e ela

a poeira

pelo vento ventada

vai daqui

cai ali

numa vida

de tanto faz

Mírian Cerqueira Leite

Mileite
Enviado por Mileite em 21/07/2018
Código do texto: T6395917
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