PARA ONDE FOI O AMOR?
Agora, insondável vazio,
O olhar frio,
O gesto da despedida.
Agora, uma mulher que se mira,
Sem quimeras,
Que delira,
Que em plena primavera,
Se sente flor esmaecida.
Agora, o amargor,
A decepção,
A interrogação,
Para onde foi o amor...?
Agora, princesa sem castelo,
Um rouco violoncelo,
Ecoando na alma ferida.
Agora, um alto preço,
Por confiar demais,
Me desnudar inteira,
Fazer de alguém, razão primeira,
Um ingênuo arremesso.
Agora, uma barca esquecida,
Envelhecida no cais.
... Um recomeço?
Agora não; não sou capaz.
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HLuna
FANTASIA
No vazio que me invade a saudade,
é presença constante e bem sombria,
a minha alma se ressente, se arrepia,
porque perde toda a sua liberdade.
Sem amor, sou princesa sem castelo,
confiei demais no sonho que eu vivia,
me enganei pensando que era belo.
Velho barco procurando um cais seguro,
mas se perde, nevoeiro denso, escuro.
Era tudo ilusão, só fantasia.