O poeta anda triste
O poeta anda esquisito, certamente.
Ele, todo macho, praticamente um muro,
Chora quase, agora, que diariamente
E sua musa já não deixa mais seu pinto duro.
É porque o poeta anda infeliz, mei triste,
Crendo que viver é um morrer prematuro,
Sofrimento que se sofre eternamente
Enquanto há vida; é ser o obscuro.
Pessoas do mundo todo, de todo gênero,
Fodem o poeta triste e em desalento,
Crente de que nada mais, nada mais importa.
É somente quando fecha-se em si -e sua porta-
Que então se dá conta que existir é efêmero,
O poeta, mas, ainda assim, muito lento...