ROTINA
Misto de desilusão e cansaço,
Um poema de enviesada leitura,
Um não saber o que faço,
Com a minha obscura figura.
É estranho, vejo gris onde não tem,
Invento uma insolúvel neblina,
Silencio os meus passos, no, porém.
E não voo... não invisto no irrestrito,
Não reverbero, não libero o meu grito.
..Tolero inerte, o flerte da rotina.
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Esther Lessa
Quero dissolver tuas neblinas
E envolver-te em tanta cor
Que pra alma inebriada a rotina
Seja sentir meu amor.
Do peito o grito a indicar
Que o gris pra longe voou liberto
Isso fez para deixar
Nossos corações bem perto.
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HLuna
NEBLINA
Cinzento é o dia, e a minha vida,
que se perdeu não sabe em que estrada,
parece que de tudo anda esquecida,
não lembra mais de nada, nada, nada.
Bem triste é seguir nessa neblina,
sem ver o que se esconde à sua frente,
ninguém foge, eu sei, à sua sina.
Quem dera eu pudesse mudar tudo...
Apenas intenção, eu não me iludo.
Mal algo lá no fundo me diz: tente!