Em pedaços
Como fazer brotar essa flor!
No bruto concreto do coração
É conceber lírios em pântano de dor
Gerar begônias no sol da decepção
Como calar a voz desse grito!
Que transcende as virtudes da razão
É esconder no efêmero o infinito
buscar no abismo a solução
Como sorrir com a alma retinta!
Agonizando nas entranhas extintas
Das chagas sangrentas do coração?
Como refazer o mosaico perfeito!
Remontar cada pedaço do peito
Nos escombros espúrios da desolação?