UMA CARTA NA MÃO
Ela chegou limpinha
Chegou sem nenhuma ruga.
Veio com as dobradiças impecáveis.
Ao abrir, que peso, que tristeza!
Flores se abrindo.
Olhares escusos.
Um sinal de insegurança no ar.
Uma dorzinha no coração.
Uma carta escrita à pena.
Uma notícia vinda de longe.
Uma saudade que ia acabar.
Uma prorrogação e uma distância.
Através de uma carta na mão.
O jardim florido ficou sem rebento.
As roseiras deixaram de chamar a atenção.
A grama pareceu desolada.
Pois não haverá outra vez!
Esperar de novo que jeito?
A expectativa morreu.
Houve tanta espera.
Sonhou e ensaiou o encontro.
Mas não veio e deu lugar à solidão!
É isso aí!
Acácio Nunes