Noites Brancas
Os dias nada são comparados às noites.
É no sol que me entorpeço de fingir;
vivendo em pequenos prazeres;
que não duram muito
até eu me cansar
Esperando
que as manhas cheguem
para que eu volte
a me entorpecer
As noites não deixam faze-lo
Ela é minha inimiga
Não me deixa dormir,
não até que eu chore,
E lembre
Relembre
de todo o entorpecer
Nos dias, não durmo
Continuo a entorpecer
Sinto que estou cansada
Mas algumas palavras,
triviais,
de alguém
fingem para que eu finja
Que boba eu sou,
penso depois,
aquelas palavras
Malditas
foram ditas não para mim
mas para aqueles mesmos
que as disseram
Eles precisam continuar
fingindo
[tanto quanto eu finjo]
Necessitam acreditar naquilo
Eu também preciso
Mas as noites brancas
Regressam
cantarolando
Não,
não precisa continuar
Tortura-me
Até o dia negro
Levantar-me
E dar sua ordem:
Entorpeça-se