NADA FEITO

Lá fora, aurora, o vento canta,
Levanta as folhas ressequidas,
Aqui dentro, a dor se agiganta,
Deixa a minha alma recolhida.

Lá fora, as folhas se locomovem,
Promovem enigmática harmonia,
Ganham esquinas, se perdem além...

Aqui dentro, um poético desejo,
Ir com elas ao vento, ignorado voejo.

Nada feito, a dor causa efeito, me sitia.
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ENIGMAS

Lá fora o vento canta... Fim de noite!...
A aurora se levanta e novo dia,
Desperta com suave melodia,
Enquanto na folhagem vê-se o açoite...

Minh`alma se recolhe no vazio,
Ao ver essa metáfora distante,
Da vergasta do vento, sem alívio,
Que dentro do meu peito é constante...

É como se a dor, em sintonia,
Em uma enigmática harmonia,
Dançasse com as falenas, em adejo.

Quisera eu, também, ir em voejo,
Em direção ao último desejo,
Pra longe dessa dor que me sitia...

07/03/2017
Ângela Faria de Paula Lima