Sem sossego

É mesmo uma cena cruel,

Que no apogeu da criatividade do homem,

Ele tenha edificado tantos muros que assemelham-se a arranha-céus,

Cujo obstáculo o manteria de seus semelhantes isolado.

O ouro e toda a riqueza, que à ele conforto deveria oferecer,

Representa com fidelidade todos os perigos que ele deve temer.

Nas mansões assoberbadas de conforto,

Onde pretendia em paz relaxar.

Fileiras de sentinelas armados,

Receberão altas quantias para, por sua segurança zelar.

Mas não terá um dia ou noite de sossego, o senhorio milionário dono da mansão.

Porque aquele de quem compra a segurança hoje, será em breve o seu ladrão.

E o mais triste disso tudo,

É que ele sabia que terminaria assim,

Que o mesmo ouro que desde o tempo de Cristo provoca conflito,

Decretaria também o seu fim.

Ainda assim ele insistiu em produzir, porque estagnado não poderia viver.

Escolheu morrer pela riqueza, a viver seguro sem nada fazer.

Valéria Nunes de Almeida e Almeida
Enviado por Valéria Nunes de Almeida e Almeida em 06/01/2017
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