FINIS EST AMOR.

Havia plumas espalhadas pelo teu sorriso,

A luz do sol cheirava a cicio de cigarras.

Não havia mulher mais linda – o céu em festa! –

Do que tu na crueza cartesiana do meu pensamento.

Tua casa era de floresta perpassada de ventania

Pronta para adornar tua presença – eu era rei –

Não havia mulher mais linda e mais amada

Do que tu na confraria enigmática do meu ser.

Mas tu deste teu coração a um ente vagabundo,

Um valdevinos, querubim, lúcifer, anjo decaído...

E a geometria espacial em volta dos meus olhos

Desnudou-se da beleza espectral da realidade.

Meu reino ruiu; não havia mais riso, tampouco,

Um coração. Era apenas pedra gelada, enegrecida

Não havia para mim mulher mais fria e mais distante

Do que tu na minha tristeza amarga e dolorida...

ELMANO ARAUJO
Enviado por ELMANO ARAUJO em 09/11/2016
Código do texto: T5818514
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