Reluzem as trevas do racismo

Luzes fascinam sempre os pobres mortais

E na Cidade Luz

Cheia de cores e amores

Um imigrante africano

Procura abrigo nas escadarias

Da famosa catedral

Para fugir do longo inverno europeu

E se enrola nas parcas mantas

E em profundo pranto, adormece.

Altas horas da noite

Uma matilha de homens civilizados

Rega o com álcool

E ateiam fogo em seu frágil corpo

E caem uníssono numa gargalhada infernal

A cena é dantesca, cruel.

E abomina o céu

O pobre em chamas

Sai em disparada

Gritando pela horrível dor

Que tragédia, que horror

Na Cidade Luz, ainda reluzem as trevas.

Do preconceito, da xenofobia e do racismo.

Sem dó, sem humanidade, sem compaixão.

Em pleno século VINTE E UM

Não sei se ele morreu

Ou se ele viveu

Só sei que o ser humano

Que nasceu pra ser humano

Tornou-se um lobo feroz

Indomável, maligno e cruel.

Um verdadeiro vampiro com forte desejo

Por sangue inocente

Antonio Magnani
Enviado por Antonio Magnani em 19/03/2016
Código do texto: T5578249
Classificação de conteúdo: seguro