Lágrimas de Meretriz

A carícia de uma palmada

Árida, ardida, forçada,

Firme tal qual ferro em brasa

É essa a dor que me abraça.

Corrói meus sentidos na madrugada

Latente, oculta, abandonada.

Um ninho de ódio e dor

Formado por lençóis, frio, clamor.

A ardência fúnebre de uma esperança desleal

Amor bandido, podre, irracional.

E venho assim, rastejando a ti,

E vou assim, cambaleante ao fim.

Ó, torpor imundo!

Estende a tua mão a mim

Cobre-me com tal sorriso vagabundo

Que reluz em meu sangue carmesim.

Deixe-me dormir agora

Leva contigo meus sonhos de paixão

Vá e sem demora

Arrasta nossos planos pelo chão.

E pela manhã fica na lembrança

A carícia de uma palmada

Abismo de minha esperança.

Ladra de Tinta Seca
Enviado por Ladra de Tinta Seca em 19/01/2016
Código do texto: T5516089
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