AOS POUCOS
Ventania, náufragas utopias,
Se fragmentam sob o mar,
E não há farol, não há anistia,
Nenhuma sereia para me encantar.
Há o amargo da vaga espumante,
O agito, o ego aflito, o grito perdido,
Há a morte, consorte, que assiste triunfante.
Vida estranha, oceânica fragilidade,
Encantos idos... comprimidos pela realidade.
E a palavra liberdade, aos poucos perde o sentido.
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DE REPENTE
Já não sei o que fazer
pra tentar me entender,
ora quero, ora não quero,
não me interessa o bolero,
que eu dançava como o vento
na fluidez do momento,
e era a minha alegria.
No ar ouço a melodia,
mas a nada me impele,
não a sinto em minha pele
como dantes o fazia.
São problemas da idade,
não posso fugir à verdade,
estranha fragilidade,
que matou aquela ânsia,
apagou a esperança,
me deixou triste aflita...
Dentro em mim, a vida grita.
(HLuna)