Poema da eterna sina

Sem alma, sem amor, sem nada,

Vagando ao luar, sinto o momento,

Enquanto as flores param, cheiram, exalam

E os poetas escrevem a poesia exata -

Porém vejo a vida vertida sobre o medo

Que faz-me amar as que me amavam...

Se em sonho, ou pela dor, eterno sofrimento,

Eu vivia com a pena da eterna sina:

Ser o que queria ser sem ser, sofrendo,

Por não ser, sendo, ainda...

Então, desmaio de admiração por aquilo de que me envergonho

E desejo ser o que eu já atingia, enfadonho,

Por conseguir o inatingível...

E a minha vergonha era maior por viver num sonho

Que jamais atingiria, apesar de tê-lo feito, pois escolho

Nunca tentar fazer algo que já fiz, pela primeira vez, o que é incrível...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 08/11/2015
Código do texto: T5442059
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