DESILUSÃO - mais do mesmo.
Enquanto o sol brilha lá fora, aqui nubla e neblina.
Como uma pintura impressionista, estão lá fora, sentados,
Na parada do ônibus, imensa, vazia e juntos. Colados.
Não é preciso dizer nada. Ser jovem e ser então menina.
Eu sei e você sabe. Eu vi aquele olhar. E eu o vejo agora,
Estão juntos, os corpos se atraindo, os hormônios como iôns.
Não que tudo fosse se concretizar. Nem posso fazer promessas,
Só resta vê-los sempre sorrindo, caminhando e indo embora.
Desde os primeiros dias tudo mudou, avassaladoramente,
A cada sorriso escasso, a cada olhar, a cada desajeitado passo,
Por dias, esperando meses. Sempre, assustadoramente.
Resta a tecla rígida, a tela clara, a esperança sempre perdida.
Nesta sala vazia, só, enquanto a juventude lhe segura a mão,
Beija-lhe a tez e os lábios. Quem sou? O tempo perdido, em vão.
O que já passou, a vida alheia, o que de fato sempre sou!
03/11/15
*Valente como um leão.