ESQUINAS

Eu - perdido nas esquinas,
Jogral em ruínas.

Eu - tom cinzento,
Arrastando fragmentos.

Ego virado ao avesso,
Pagando um alto preço,

Por amar quem não merece,
Coisas do coração; acontece.

Eu - estranho convívio com a dor,
Só quem convive, sabe do impasse interior.

Eu - em vão, sonhando-me círio,
Alma nua, exposta ao delírio.

Eu - nada sou...? sou! Algo ao menos,
A poesia cicia... faz-me acenos.

Faço dela, o meu resistente motivo,
Somente na solidária poesia, sobrevivo...