Olho no olho.

Eu sinto raiva de você...

Eu te dei meu coração. Eu me abri pra você.

Me desarmei pra você. Deixei que visse minha essência.

Acreditei que precisava parar de lutar e sorrir.

E tudo o que jorrei novamente foram lágrimas.

Sinto raiva da sua fraqueza.

Sua falta de coragem.

E suas mentiras que me devastaram.

Dizia amor, mas me esqueceu assim como um leve sopro.

Dizia sentir tantas coisas, tantos sentimentos, tantos sonhos, tantos desejos...

Pra depositar ao nada. Não correr atrás. Esperar que dê certo no futuro quando nunca fazia dar certo no presente.

Mas as chances que quebrei a cara.

Fizeram algo surgir.

A resposta que nunca daria certo.

Não por mim.

Mas por você.

Você não faria o que eu sonhava.

Não farias coisas loucas e de conto de fada.

E eu só queria me sentir especial.

Mas sua vergonha é maior do que meus desejos.

Meus objetivos eram claros e precisos.

Te amar era o que teria feito.

Enquanto me amar era o que tentava.

Não o que era.

Não o que planejava.

O que sentia apenas era medo.

E isso, tudo quebrava.

Tudo quebrou.

Do que me causou.

E de porque algum dia eu gostei de você.

Gostaria de apagar o que fez.

As chances inúteis para que fizesse as mesmas coisas.

Ou melhor.

Não fizesse.

O passado é uma coisa longa e sem freios. Nos lembra de tantas coisas.

Ele molda.

Você me moldou.

E agora eu sou fogo.

Tinha medo do amor, então tenha pavor de mim.

Porque agora eu queimo.

Se seguiu sua vida, voe para longe, sei aonde vai parar.

Ainda me verá. O vento sobra longe, mas meu nome e meu rosto também vaga perambulando por aí.

Vai olhar pra mim e estremecer.

Quando ver.

Pense bem.

Você tinha amor. Tinha um porto seguro. Tinha uma força indestrutível.

E agora veja meus olhos.

Você é destrutível. Se o amor te abalava.

Então apenas de longe olho meus olhos.

Porque de perto as lembranças te dominarão!