MEDO!

A fraqueza que toma conta da minha alma,

Permite que se aposse de mim o medo.

Hoje não tenho mais medo da noite,

De caminhar pela casa escura,

Hoje, meu medo é ainda maior.

Não temo a morte nem tão pouco a solidão,

Mas, tenho medo de mim.

Sinto que a cada passo, fico mais distante

Do que queria e do que quero ou do que pretendia.

Não tenho medo dos meus cabelos brancos,

Tão pouco das rugas que aparecem em meu rosto,

Não sinto qualquer pesar pelo tremor das minhas mãos,

já não tão firmes,

Mas, sinto medo dos meus pensamentos.

Tão pouco me amedronta o frio que possa fazer

Ou quem sabe a fome que possa passar,

Isto pouco me importa, pois, disto já me livrei

Mas, não me livro de sentir medo

Do que ha por vir.

Talvez, em meu inconsciente, ou quem sabe do consciente

Que hoje me revela, de que nada sou,

De que nada fiz e não encontro forças para fazê-lo,

Daí, sinto medo do tempo perdido

E inutilmente utilizado, realizando ou fazendo escolhas

Que jamais serviram para nada.

A vida me reservou o medo, não da morte

Mas da própria vida.

Sinto que não tenho mais forças nem tão pouco vontade

Para abrir a janela do tempo

Sequer para olhar o passado,

O presente? Já passou!

O futuro? Esta, carregado de medo!

Não sei se a vida me privou,

Penso que eu próprio me privei

Talvez, quem dera seja a morte

Um caminho a seguir.

Não se sente medo só por perder

O maior medo esta em não saber como ganhar

Mas, não importa ganhar ou perder

Pois, quando o medo bate em minha alma

A escuridão para meus olhos não é a noite

Mas, do dia que deveria me impulsionar para viver.

Não pretendo morrer, tão pouco quero viver

Esta incerteza entre a morte e a vida

Não passa de medo.

Já tive coragem de chorar e gritar

Já senti o calor das lagrimas que derramei

E ouvi meus gritos ecoando em ecos de coragem,

Neste momento, tão pouco ouço os sussurros

Que os lábios soltam entre os travesseiros

Que, estão, assim, tão perto.

Se aposse de mim a escuridão

Cale-se em mim a voz

Feche-se meus olhos em um profundo adormecer

Pois, quem sabe, inerte no manto da morte

cesse o medo que sinto agora!

ivanoe kohn
Enviado por ivanoe kohn em 22/03/2015
Reeditado em 12/01/2016
Código do texto: T5179048
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