SILÊNCIO

Noturno posto, tudo dorme,
Os sonhos voam com as nuvens,
Tudo na mais perfeita ordem,
Tudo? não! há uma flor do sonho fora do arranjo,
Há em mim, um silêncio aceso, uma inquietude enorme,
Um silêncio feito de angústia, de acre saudade,
Um silêncio que deseja ser quebrado,
Com um potencializado grito,
Se perder com o vento no breu do infinito,
Mas, para não acordar os anjos, eu não grito.


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TORMENTO 

Não, não grito.
Tenho medo de acordar
aquele amargor infinito,
que vive a me acompanhar
pelas noites, pelos dias,
roubando a minha alegria...
Tormentos que dançam no ar.
Trazem consigo o passado,
caminham comigo ao meu lado,
insistentes, persistentes,
roubam meus sonhos risonhos,
e os versos que componho
são como uma luz apagada...
Não têm brilho, não têm nada.
(HLuna)