OBSÉQUIO II

...Favores contíguos...

...Louvores longíquos...

...Ôh...jacaranda!

...Ôh...tal varanda!...

Que sepultou o palor...

Do dia inóspito sem pudor!

Mas ôh?...santa caridade

sismou altares dos ateus!

...Ai descansa a dor...

...Chimola que se vista

lugubre atormentador!

...Não tenho membros, ao

menos que sobeje o rosto

desesperado!

...Ôh jacaranda longe do

palor acordar-me-ia tão

aboubado.

Ôde! Favores ao teu

caminho!...

...da noite que roça o

espírito sombrio...

Por onde te iças sem dizeres

a deus ao cantinho...

Rústico...Mas oh? Elas me

ouvem no passeio da rua...

Da óstil viela... Ao me

sorrirem como uma ponte

dos cegos-beira da

passagem nua...

Sem o içar da mão

arrependida.

Amputado sou...coxo

pesadelo da perna pendida.

...Muitos passam por esta

ponteca, os favores perdem-

se ao ar ventilado...

Que se vista ensurdecido e

pelado!

Ôh! Pontes dos cegos...

Ôh! Pontes dos mendigos...

Frende-me o sangue ao vê-

los içados...

Naquela ponteca rústica dos

cobiçados...

Da passagem matagal...

Do rio lamaçal.

De MATSOLO...in poesias alcanses do realismo

Kalvino Matsolo
Enviado por Kalvino Matsolo em 22/01/2015
Reeditado em 02/06/2024
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