ESPINHOS

Os dentes nevados e desfeitos
Em lugar de pluma de espuma
Suspiros ardentes sangram
Que a alma dita
Mágoas, desgostos cegam.

Em duros nós chegaram
O rouco som da irada ventura
Malfadado dia que bafejaram
Ministra a tinta
Aqui te pintarão.

Tira o refrigério das rotas do voo
São bons pintores despidos
Grilhões pesados nos ares espalham
Mas DEUS me inspira
Escrevia olhando para o céu
Que espinhos sumiam.

Meus olhos te viam
Dá-lhes uma rosa no espinho
Só assim pode apagá-lo
Na natureza e na arte
Geme a terra que rola
Astro gentil e estrela purpurina.

Nunca ousara nas águas
Luta renhida no gigante caudaloso
Vencida granada dos espinhos
Cresci na onda das feridas
Sobre as águas a cintilar
Que a rosa nunca deixou de desabrochar.

Desgatados por açoites
Sarando doenças e laços
Atropelos e tropeços
Perfeitas não somos
Conserva a vontade de viver
Diante da simplicidade que é a vida
Espinhos jamais irá vencer.

Jey lima valadares**itagibá**24-12-2014**08:20
Jey Lima Valadares
Enviado por Jey Lima Valadares em 24/12/2014
Reeditado em 24/12/2014
Código do texto: T5080071
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