Pecaminoso
eu às vezes...
sinto um embrulho no meu estômago
parece que vou vomitar, acabar
me tornar alguém que não sou
um prisioneiro das minhas dores
meu corpo observa minha alma se prolongar
neste instante de dormência
na presidência, eu só vejo a penitência
forçada a guerrear comigo, não existe contigo
estou sozinho nesta guerra, vou seguindo por esta terra
sozinho no deserto, me encontro coberto
pelo meu passado que me tenta corromper
penso em deixar de lado, mas ele não quer perder
me sujo com suas palavras imundas
me lambujo com suas letras mudas
sem voz, o espírito caminha
com correntes nas mãos, uma trilha
ele continua a percorrer
não posso cooperar e nem correr
estou preso e minha alma longe
de mim, este é o fim, sujeito afim
a ajuda não chega e me vejo sangrando
meu corpo não aguenta mais a dor
tento levantar a espada e logo brando
com a dor que me desafia para a batalha
correntes, deserto, sem alma, me corto na navalha
vou continuar tentando ferir esta muralha
refugiado eu sou, num voo eu vou
incessante e não confiante
sigo sempre adiante, avante
uma luz não me guia nesta estrada farsante
água eu peço
não existe poço
vou direto ao fosso
não existe corpo
uma alma sem dó
um corpo envolto de pó
uma mente presa a um nó
um coração ferido sem dó
percorro por este mundo sem destino
o que me espera? não sem nem qual a próxima esquina
vou adiante, nada pertinente, me canso aos poucos
um deserto sem esperanças se cobre sobre mim
uma foice se é vista ao redor do meu pescoço
vou então ao encontro do meu sincero senhor
idolatrado, eu lhe peço por favor!
me perdoe pelos meus pecados!
por favor, deixe-os de lado!
me dê a tão esperada paz
eu sei que você é capaz
e que jamais volta atrás
eu sei que você o faz
por favor consciência!
traga-me a paz!