AGORA

Doem-me soberanamente agora,
Lembranças de sabores estranhos, amargos,
Causam deslizes, extraem os matizes da aurora,
O meu espírito sente profundos rasgos.

Lembranças concretamente essenciais,
Às vezes paga-se um altíssimo valor,
Pelos atropelos, os novelos sentimentais.

Não dá para fugir, essas recordações vêm...
Desatinam, tomam posse, me fazem refém.

Escondem o esplendor, fica difícil se recompor.


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BRUMAS

Agora eu não sei mais o que fazer,
da minha vida que se perde sem razão,
se não me queres, me sinto enlouquecer,
feriste fundo, sangraste o meu coração.

 É bem difícil superar este tormento,
que eu carrego, está presente o tempo inteiro,
dantesco inferno que eu vivo, é sofrimento.

 Triste sina me acompanha, quem o sabe,
é impossível escapar à realidade.

 Parece qu'estou imerso num nevoeiro.

(HLuna)