Donzela de Sangue
O guerreiro levanta os ombros
chega a batalha
arranca a covardia, respira fundo
sobre si constrói a muralha
A donzela na varanda, a esperar
pede aos deuses, ao sol, a natureza
“pare o sangue de escorrer!
No mais, todo o resto, hei de tolerar”
O bom rapaz, olha as estrelas
onde estaria a amada?
Onde estaria o astro que viram juntos?
Ignorando os canhões e os gritos
Longe disso, chora calada
A moça cujo há pouco tempo a alma pululava
ainda fitando o céu incompleto
“parece vazio quando observa-se sozinho” pensa
e, sem receio, pega sua taça
Do vinho tinto que os lembra sangue
do pecado cometido
dos erros não arrependidos
ela bebe, e extingue-se.
Outrora belo, agora petrificado num azul pálido e inerte.