Donzela de Sangue

O guerreiro levanta os ombros

chega a batalha

arranca a covardia, respira fundo

sobre si constrói a muralha

A donzela na varanda, a esperar

pede aos deuses, ao sol, a natureza

“pare o sangue de escorrer!

No mais, todo o resto, hei de tolerar”

O bom rapaz, olha as estrelas

onde estaria a amada?

Onde estaria o astro que viram juntos?

Ignorando os canhões e os gritos

Longe disso, chora calada

A moça cujo há pouco tempo a alma pululava

ainda fitando o céu incompleto

“parece vazio quando observa-se sozinho” pensa

e, sem receio, pega sua taça

Do vinho tinto que os lembra sangue

do pecado cometido

dos erros não arrependidos

ela bebe, e extingue-se.

Outrora belo, agora petrificado num azul pálido e inerte.

Gwenhwyfar
Enviado por Gwenhwyfar em 29/07/2014
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