Naqueles Dias...( ao Amigo Clóvison P. Brahim )

Quando a poesia e o sonho...Ah saudade

era vontade, sonho...esperança de liberdade...

pela janelinha da cela...brincava, chamava de molenga!

-1978...Colegas, meninos -de- farda...no sol com a estrovenga....

Assim passaram os dias sem visita e nem rosa!

A prisão era simplesmente rigorosa...

Mas não havia mais medo em meu coração!

Já havia sobrevivo ao isolamento e a injeção...

Dentes quebrados, braço ainda paralisado!

Mas a mente e o coração entusiasmado...

Não sabia de onde vinha a inspiração, que ironia!

Ainda tentava fazer versos e poesia....

Minha poesia, agora é uma homenagem ao irmão

O fuzileiro músico Brahim que me levou o pão...

Não me viu como um militar bandido! cheio de ilusão

Viu-me...assim, como alguém pequeno enfrentando a repressão....

Obs: (Esta poesia é uma homenagem do escritor Manoel Vitório, ao

amigo corumbaense músico Clovison P. Brahim, "Godói " que faleceu afogado

no Rio Paraguai ao 37 anos de idade...Ele próximo a morte, ainda foi um herói salvou a vida de um menino e foi tentar ainda, recuperar a embarcação pequena...um dos maiores violonistas de Corumbá no Pantanal... meu irmão de música! Que Deus o tenha!)