Ao reverso...
O tempo da cura tornou a tristeza normal...
E fez com o que sangrava fosse natural.
Como se faz um barco de papel ao reverso
Desdobrando todas as atitudes em versos.
O tempo fez da distancia um ponto final,
e a vida contida na lembrança se fez mortal...
Meu cais destemperou-se o amor
E banalizou o que eu chamo de dor...
Tornou-se singular o que era plural
Rodeou-se de insanas razões sem escultar o coração,
Trocou o melaço por sal.
O tempo da ira modificou o bem pelo mal
Desfez os laços que prendia nossa emoção
Fez da dor, do sarcasmo, nada menos que natural...
Foi assim, simples como fazer um barco de papel
Como se fosse fácil apagar os vincos que se formou
Como se saboreasse fel como mel...
Sem perceber a grande diferença existente entre minhas metáforas.
O tempo engana quem dele espera...
E faz dessa longa espera que a dor seja banal.
O tempo da cura torna a tristeza normal...
Só o tempo... somente o tempo!