REFÉM DA SAUDADE

Em minha última batalha pela vida,

Fui feito refém da saudade;

Que mirando o meu coração,

Não teve piedade.

Lançou sua flecha sem veneno,

Pois sua intenção momentânea não era a de matar;

Conduziu-me ferido ao seu porão,

Sem direito ao sol,

Nem sequer a minha paixão, o luar.

Ferido, febril a delirar,

Espero apenas um milagre a me salvar.

No peito, apenas um vazio;

Não há calor,

Apenas há o rubor da febre,

E sinto da morte o frio.

Sem voce, não estou apenas só,

Mas agora também inerte,

Como um planeta sem sol;

Sou apenas de um campo de ervilhas,

Um único girassol.

Esta é a minha última carta,

Entre delírios e anseios,

Talvez um golpe de sorte;

Sinto que hoje serei resgatado,

Só não sei se por ti,

Ou levado nos braços da morte.

Gomes

Josegomes
Enviado por Josegomes em 20/02/2013
Reeditado em 09/03/2013
Código do texto: T4150983
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