SEM SABER

Vejo um tempo baço,
Envolvendo as esquinas,
As retinas,
Sinto um enorme cansaço,
Intraduzível em discursos,
Uma profunda amargura,
Comprime o coração,
Me aproxima da loucura,
Me deixa sem ternura,
Sem chão.
Cai uma chuvinha fina,
Mas, não lava...
Não leva em seu curso,
Esse estranho traço,
Não tira o peso do espírito,
E eu fico com um misto,
De fadiga e solidão,
Sem saber o que faço,
Com essa vida parva,
Com o que resta da razão.


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FRACASSO

 Já faz tempo que perdi meu próprio chão,
eu que andava pela estrada tão fagueira
sonhando com flores de laranjeira,
pois pra isso eu pensava ter razão.
Mas foi sonho que passou levou-o o vento,
e agora eu caminho ao relento
tão sozinha amargando a solidão.
Não reclamo, certamente estava escrito
no livro do meu destino, eu acredito,
não há como alterar esse seu curso,
não há força pra mudar o seu percurso,
e as lágrimas que chorei foram em vão.

 O cansaço já me envolve o corpo baço,
só me resta lamentar este fracasso.

(HLuna)


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CHUVA TRISTONHA

Cai a chuva. Dia baço...
E a sensação de fracasso
Traz-me enorme amargura...

Não tenho teto nem chão
E o peso no coração
Deixa-me tão insegura!...

O amor? Foi-se com o vento

Deixando a alma ao relento....

(ÂNGELA FARIA DE  PAULA LIMA)