TRANSIÇÃO...

Inerte como

água emposada, parada

sem os sonidos costumeiros

com brilhos escapados

embargo no peito

oprimido, escondido

tristezas, amarguras

vindas de outros lados,

de outras bandas

incólumes e indesejadas

calado, sem movimentos

como um triste quadro

de parede, na moldura velha

ou sobre a mesa, um retrato

em branco e preto,

presencio-me recolhido

nesses abismos infinitos

dos dias cinzas

dos nudez empalidecidos

das varandas sem alegrias

continuo a pensar

ao longo encontrar

longe desse cortejo

dos féretros e ataúdes

todas as dúvidas

dos porquês perdidos

que carrego comigo...

portador das emoções

de todos os sentimentos

compartilhados

divididos e guardados

eclodirão ao repente

ressusrgindo dos sorvedouros

o ressuscitar renovado

como o desabrochar

da orquídea velada

no calor de um novo coração

de uma nova vereda, assim

possa encontrar

as razões melancólicas

dos dias sombrios

e noites lúgubres

desses viveres tétricos...

andejo e poeta que percebo

atravesso mais esse espavento

meu maior desafio,

a ponte dos nossos desconhecidos...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 03/01/2013
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