DESCAMINHOS

Angústia, angústia, comigo trago,
Um coração despedaçado no peito,
Um rio agitado dentro do meu leito,
Procuro em vão, me imaginar um lago,
Em uma absoluta serenidade,
Ver a paisagem de outra realidade,
Porém, não recebo do espírito esse afago,
Sinto queimar o meu peito mais ainda,
É uma estranheza, uma dor que não se finda,
Me posiciono como quem perde uma partida,
Sem amor, sem cor no olhar, sem ar, sem vida.
Vida que renasce em meus versos vagos,
Versos que alimentam um pouco o meu ego,
Absolvo, sorvo, a eles me entrego,
Eternizo o instante, sinto que sou ao menos algo,
Nesse caminho de pedras que eu traço,
Um caminhante, errante, distante do seu abraço.


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DESOLAÇÃO

Caminhos que vêm,
caminhos que vão,
distantes do coração,
parece desaparecem,
enquanto vago sozinho,
triste, errante passarinho,
a procura de um abrigo.
Tu já não estás comigo,
duro é, porém, verdade.
Neste meu peito em pedaços
o que habita é o cansaço,
falta o ar, me falta a vida,
a felicidade é perdida...
amarga realidade.
Estrada cheia de arestas,
me deixam os pés feridos.
Preciso de alguma ajuda,
você que passa, me acuda,
porque a mim nada resta,
escuta, não tapa os ouvidos.

 Meu grito se perde no espaço,
não tenho a ti, nem teus braços.

(HLuna)