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A Alma Que Mora Em Mim
A alma que mora em mim
Há tempos vive angustiada
Caminha sem norte ou rumo
Perdeu por inteiro o prumo
A alma que mora em mim
Sobrevive por teimosia
Arrebanhada pela solidão
Prova permanente agonia
A alma que mora em mim
Sofre em silêncio calada
Recolheu-se de repente
Neste calvário plangente
A alma que mora em mim
Distante vê a esperança
Agoniza entre as paredes
No abismo das lembranças
A alma que mora em mim
Carece de ombro amigo
Amor fraternal, ternura
Precisa aplacar a tortura
A alma que mora em mim
Vive no pranto inundada
No entanto usa máscaras
Vivencia o vazio calada
A alma que mora em mim
Não deseja bens ou posses
Eis que tudo o que é terreno
Não faz o coração ameno
A alma que mora em mim
Tece rascunhos de sonhos
Que jamais os passa a limpo
Se sente atolada no limbo
A alma que mora em mim
Prova dores da ingratidão
O fel triste do abandono
Pranto, angústia e solidão
A alma que mora em mim
Quer no amor acreditar
Porém, lhe resta apenas
Navega o escuro do mar
A alma que mora em mim
Sufoca os gritos do medo
Digere na alma segredos
De ser tão tristonha assim
A alma que mora em mim
Já não consegue implorar
O afeto e o bem querer
No anseio de apenas viver
A alma que mora em mim
Faz da nostalgia o palco
Há tempos vive assim
Neste calvário sem fim...
(Ana Stoppa)