CÁRCERE D'ALMA

Em lúgubre recinto padeces amargo isolamento

Pedras frias cobertas de musgo, única paisagem

Escuras paredes sobre ti se fecham, sufocamento!

Grilhões te imobilizam, não divisas mínima passagem.

Há quanto tempo tua alma se encontra encarcerada?

Sequer o sabes, parece que desde toda a eternidade

Só as lágrimas acerbas umedecem esta face macerada

Nenhuma ilusão pode aliviar-te da inexorável verdade.

Sofres terrível agonia nas tenazes da incompreensão

Teu próprio coração tornou-se desumano verdugo

Esquecida estás, oculta nesta caliginosa prisão

Abafadiça masmorra, dos sonhos desfeitos é o refugo.

Incrível é que te considerem livre das constringentes amarras

Não enxergam o que tu vês, liames férreos, invencíveis

Cárcere d'alma, opressão a dilacerar com cruéis garras

Hórrido cativeiro de muros inexpugnáveis, porque invisíveis.

Anankhe
Enviado por Anankhe em 23/10/2011
Reeditado em 23/10/2011
Código do texto: T3294096
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