O Camafeu

Decorridos longos e monótonos anos

Ela retorna a sua antiga penteadeira

Relembra os tempos de viço e encantos

Seus enfeites de moça agora em poeira

O rosto marcado pelo tempo e os olhos

Pelas angústias tornados tristes e baços

Estojos de carmim, frascos de raros óleos

Já embelezaram um corpo sem cansaço.

Mas estranha coragem lhe toma a alma

Aquela que julgava tê-la abandonado

Abre uma caixa, procura manter a calma

Retirando um camafeu, com esmero entalhado.

Do fundo negro, emoldurado em prata luzente

Emergia distinto perfil masculino, joia de marfim puro

Era aquele a quem ela amou secretamente

Amor impossível, que no coração se manteve seguro!

Anankhe
Enviado por Anankhe em 19/10/2011
Reeditado em 19/12/2011
Código do texto: T3286628
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