Minhas vísceras

meu eu pseudo-poético tão ameaçado

minha forma roubada minha palavra

e o arrependimento não-constante

mas forte quando chega ao topo do pensamento

meu sangue

minha dor

meu rastro de sujeira e minhas palavras horríveis

o canto sobre medo de imagens de santos

e a raiva de cães que latem sem motivo

meus copos

a vontade de ter corpos vivos à minha disposição

de ter corpos mortos na minha estante

ter a arte exaltada em rubras gotas

meu sabor amargo de “pós”

meus brindes ao vazio dos átomos

e aos atordoados bêbados e seus vômitos

meu sangue

minha dor

meu eu pseudo-doente tão ameaçado

minha constante vontade de explodir minha mente

minhas referências tão ameaçadas

calar quando se tem tanto a dizer é ser forte?

Mariana Schweiger
Enviado por Mariana Schweiger em 03/10/2011
Reeditado em 30/01/2019
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