Poesia da Existência

Sou o nada, infinitamente...
Vazio, um vácuo de obscuridão inumerável,
Sou o amoníaco do tempo presente 
E a incógnita do passado,
Miserável homem que sou,
Um quociente que não forma mais um todo.

No infinito encontro a ânsia da morte e o vapor da escuridão...
Encontro-me lado a lado com o nada e ele me indaga:
Quem és tu?
Sou apenas o pó da terra,
o cateto oposto da significância, ratifiquei-lhe.
Sou apenas o nada personificado de homem.

Sou o nada, infinitamente...
Enunciando que o tempo passou;
E o que restara é apenas a sombra esquelética de um princípio, de um mundo;
És, existência, uma raridade
Entretanto, não posso vivê-la e nem admirá-la.

Sou a lágrima abstrusa do orvalho que numa manhã
ensolarada volatilizou-se;
Sou a aurora que não nasceu e o sol que submergiu seu brilhantismo;
Sou o composto orgânico da matéria putrefata,
Sou a erva que secou-se e a flor que perdeu sua formosura.

Minha alma potenciou-se em aflição,
E, tudo que era absoluto tornou-se uma simples ausência,
Romperam-se os grilhões e as cadeias foram cerradas, Mas... ainda sou apenas o nada, infinitamente.


 
Tairony Moreira
Enviado por Tairony Moreira em 14/04/2011
Reeditado em 26/07/2016
Código do texto: T2908056
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