motivos ignorados.

ainda não entendi o que se passou

o que motivou a agir assim

de forma tão sarcástica

cáustica

cruel

devastadora

olho pro alto

e pergunto aos céus

qual o motivo de tanta animosidade

nos gestos, nos olhares

nas cenas

que procurei entender

aonde cabiam a mim

não sei

...

acredito ter sido sempre

tão verdadeiro

tão honesto

ter respeitado tanto a ti

achei que passo a passo

a cumplicidade estava surgindo

e com ela o doce dom da amizade

mas ainda não entendi

aonde se perdeu isto

e todo o sentimento

toda a emoção

virou o ponto de vulnerabilidade

e com isto tornei-me a presa perfeita

o alvo eficaz

e acertou na mosca

no ponto mais difícil

acho que pensando calmamente

vejo que a presa mais indefesa

mais acuada

aumenta a adrenalina de tal forma

que a mera imagem

de vê-la se debater

em sangue, em lágrimas

faz-se cegar e causa a surdez

e mesmo depois não permite que se veja

e nem se escute os gritos e expressões

solicitando a misericórdia

desejando ao menos compaixão

e moribundamente

quase morto

cuidando das profundas feridas

após o golpe fatídico

consigo achar como única resposta

é que de fato

nunca me fiz entender

e nesta incompreensão

por ser o diferente

o mais vulnerável

assim o fez agir

não há nada de novo neste fato

milhares de pessoas

passam pela mesma situação

como eu também já passei

o que se faz notório nesse caso

é que fiquei desavisado

pois nunca, por nenhum milésimo de segundo

esperei isto de ti

menosprezei esse lado humano

que por muitas vezes nos trai o sentido

temos testemunha do que redijo

o que me deixa ainda mais triste

pois sempre tive tato

cuidado para tratar o que quisésse

contigo

diretamente contigo

mas percebo agora

que se passou

um pouquinho mais de tempo

que o motivo disto tudo

ter assim ocorrido

foi eu não me fazer entender

a ti

e talvez, por algum motivo também

você ter perdido o interesse

de usar da compreensão

para comigo.

paulo jo santo

25/12/2010 - 12h57

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 25/12/2010
Reeditado em 25/12/2010
Código do texto: T2690830
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