Triste Silêncio

As flamas elevaram-se vermelhas

num vermelho elevado e flamejante

e o grilo estrilou trilando

um trilado estrilado e grilante...

O sabiá assobiou ressabiado

um assovio sábio, mas ressabiante

e a coruja se arrepiou alarmada

e piou alarmista, arrepiante!

A capivara ergueu-se, intrigada

emitindo um grunhido intrigante

o mico leão se apavorou, e aflito

pulou, numa aflição apavorante!

O guará desabalou desvairado

em desvario desabalado e errante

e a onça fugiu, alucinada

numa fuga veloz e alucinante.

O peixe saltou da cachoeira

num salto quixotesco, asfixiante

e a serpente rastejou, desesperada

num rastejar desesperador e serpeante.

O céu escureceu enegrecido

pelo negror escuro e sufocante

da fumaça de árvores ardentes

ardendo em agonia fumegante...

Indefesa, a antiga bela mata

não mais bela como antigamente

definhou nas mãos da alma conflitante

que almejou o conflito, indiferente.

E o silêncio triste e restante

que restou da tristeza recente

ressentiu-se, restando tristemente

um resto de tristeza silenciante...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 30/09/2010
Reeditado em 26/05/2016
Código do texto: T2528939
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