O LUGAR DE ONDE EU VENHO

O lugar de onde eu venho

Tem pessoas que eu admiro

Gente simples, trabalhadora

Que constrói a própria história

Infelizmente, tem também

Um bando de parasitas

Que aos outros sempre explora

Não ajuda à ninguém.

O lugar de onde eu venho

Tem pessoas tão deprimentes

Que deturpam a imagem

Da sua própria gente

Atribuem capacidade

Aos recursos que se tem

Interpretam a riqueza

Como sinônimo de competência

Não reconhecem que o dinheiro

Não compra a inteligência

Por isso, os menos favorecidos

São tratados com negligência!

O lugar de onde eu venho

Há muito espaço para a cobiça

Semeia-se amor e esperança

Colhe-se violência e injustiça

Amizades são movidas

Pela inveja e a falsidade

As pessoas se magoam

Por pura crueldade

Insegurança pelas ruas

Onde impera a maldade.

O lugar de onde eu venho

Tem pessoas tão ruins

Destroem a natureza

Ignorando sua beleza

Tiram a vida do seu próximo

Por qualquer ressentimento

Compram sua liberdade

Saem livres pela cidade

Sem o menor arrependimento!

O lugar de onde eu venho

Tem pessoas tão pequenas

Que valorizam o poder

A fama, a orgia

Para os momentos de diversão

Escolhem qualquer companhia

Mas se nasce uma criança

Fruto daqueles dias

Logo enxergam a genitora

Como prostituta, interesseira

Mulher vadia!

Se ela exige os direitos

Do filho que gerou

Acaba sendo torturada

Para não ofuscar o suposto brio

E no cárcere, sequestrada

Sequer pode escolher

Abrir mão da paternidade

Ou entregar aos cães

Seu corpo frio.

Bete Ribeiro
Enviado por Bete Ribeiro em 13/07/2010
Reeditado em 24/09/2014
Código do texto: T2375695
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