Cá estamos nós
Então, meu amigo! Cá estamos nós;
Outro dia doze, outro mês de março, outro passo
Nova aurora que logo surge no espaço
Nova saudade que se sente de um abraço
Cá estamos novamente
Sem saber se a vida é corrente ou partida
Sem entender o motivo de tantas idas
Sem saber se somos viventes
Meu amigo, cá estamos nós;
Perdidos de uma presença física
Calados da própria musica
Ouvindo silentes nenhuma voz
Meu amigo, há uma saudade que se demora
Uma dor que pouco a pouco se torna luz
Há uma partida no passado
De um breve silencio que se não se traduz
Ontem eu tinha lágrimas nos olhos
Talvez de uma tristeza sem fim
Aos poucos se tornou saudade
Que ainda é triste dentro de mim
Ah, meu amigo!
Que breve estado de vida,
Hoje a mais sentida dor da tua partida
É a falta que o abraço fez na despedida
Outro março... outro doze... outra lembrança!
E aquele abraço que afaga e tranquiliza
Talvez tenha se perdido da na dança da vida
Mas ressurge de uma breve esperança
Hoje não tenho mais lágrimas de adeus
Partiu quem fez sorrir Deus
O palhaço que via alegria em tudo
Acabou por fazer chorar o mundo
Mas meus olhos vão molhados
Pois aquele amigo se foi me devendo um abraço
Partiu sem sorrir na despedida
Deixando um amigo só nessa vida
Nepomuceno Neto
12 de março de 2024