SOPA DE LETRINHA

 

Lancei ao chão todas as horas 

Passadas,

Os anos que as vidas deixaram

E foram embora,

A dor no peito e as emboladas

E cantorias,

Na beira da estrada a criança

Ainda ria!

 

Com os pés descalços

Banhava-se no riacho,

A noite contava-se as estrelas

Os vagalumes nos pastos,

O casebre de barro coberto

De Inocência e alegria,

Sobrava tempo e sorriso

No outro dia!

 

Levantar com cheiro forte

De café levado a cama,

Vestido de pijama brincar

Com os animais,

Aconchegar ao colo da mãe

Fingir que ainda mama,

Ter a bênção do pai mesmo

Ainda sujo de lama!

 

Caçar as borboletas 

No acampado,

Ouvir o mugido do gado

Por detrás da porteira,

Ir a escola levando a merendeira

Aprender o ABC como sopa de letrinha,

A memória nunca apaga,

O que nós esquecemos a vida

Inteira!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 06/01/2023
Código do texto: T7688591
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