ATÉ TRANSBORDAR O MAR
O Silêncio dos meus pensamentos inquietantes
Gritam em minhas sinapses
Em megahertz descontrolados
Enquanto a saudade esmaga
meu peito sombrio
O coração, ah! Este vai erodindo pelo caminho
As flores da primavera não suavizam dor voraz e latejante
Ah! quem dera que os perfumes múltiplos da primavera pudessem se esconder nas minhas narinas
E nas horas sombrias amenizar dor lancinante
Ainda resta a insônia de noites sem fim
Que meu travesseiro é testemunha ocular
A frieza dos ventos invernais
A poeira de diamantes de yellowstone
Que cortam minhas entranhas
Meu rosto nu em trajetória elíptica
Tentado fingir, não sentir sentimentos inevitavelmente peculiares
Estou preso a isso, como a calda ao meteoro em sua trajetória pela vastidão sideral
A singularidade do momento demanda tal demência oportuna
Continuo seguindo em frente, pois assim é a natureza das coisas desnaturais
Com brutalidade brutal sou projetado
Meus passos cambaleiam diante do abismo absolutamente abissal
Aprisionado, acorrentado e amordaçado
Uma espécie de execução de pena capital em plena vida
Escuridão em pleno sol do meio dia
Então, resta-me despertar ao amanhecer.
E diante de ausência prematura
Olhar o mar e suas procelas
Mergulhar em horizonte distante
Esvaziar-me em lágrimas
Até transbordar o mar.