Pés cansados...
Minhas sandálias já gastas de ir pelos caminhos
Atrás da vida, de você, dos momentos, do seu carinho
O sol forte batendo no meu rosto, me esfolando a pele
Fere os meus pés, mas vou porque a razão me impele
De ir ao teu encontro enquanto a vida respira
Na pele já dourada pelo sol da manhã que inspira
E mesmo com o corpo abatido pela procura, ergo o rosto
Procurando no horizonte a razão do que já tenho posto
Mas vou caminhando mesmo assim, até enraivecido
Sem medir consequências, sem se dar por vencido
E tudo aquilo que a mim um dia pediste
Eu fiz o que pude, ora alegre ora triste
Novamente o meu coração quando ao amor se render
Direi a ele ir adiante sem nem mesmo mea-culpa fazer
Também darei a ele mais uma chance e prometo me calar
Dando ao amor a palavra e o que ele tiver a mim falar
Não mais em riste estarão os meus dedos
Fugidio que fui, da vida e do amor, e o medo
Do horizonte onde vejo aquela nuvem imensa
Sentirei novamente você, o teu amor, a tua presença
E me chegarei a ti com os pés esfolados do caminhar
A pele enegrecida de tanto calor, de tanto andar
Não mais irei longe, nem mais me desviarei
Porque para nenhuma outra tanto amor entreguei